quarta-feira, 24 de março de 2010

Ocupação Antropica e problemas de ordenamento

O aumento que se acentuou ao longo do último século tem provocado uma ocupação de território feita, muitas vezes, sem qualquer planificação ou conhecimento das áreas a ocupar. Dai resultam impactos. negativos de vária ordem que aumentam o risco geológico, ou seja, a probabilidade de ocorrência de acidentes geológicos.
O conhecimento resultante do estudo dos matérias da Geosfera e os fenómenos geológicos permite elaborar cartas de risco geológico onde estão encontradas as zonas de maior ou menor risco. Esse conhecimento permite minorar os riscos de ocupação antropica, na medida que promove uma ocupação racional dos solos.

As várias situações-problema capazes de potenciar mais frequentemente o risco geológico encontram-se de seguida especificadas.

















1.1 Bacias hidrográficas
Os rios são corrente s de agua superficiais cuja a velocidade e a área que cobrem (leito) variam com o regime das chuvas. O leito de cheia ocorre em situações de forte precipitação.
O rio principal com os seus afluentes e subafluentes formam a rede hidrográfica e a área drenada por esta rede constitui a bacia hidrográfica.
A actividade geológica de um rio compreende: a erosão, e o transporte e a deposição de sedimentos.

Factores de risco:
Cheias – Aumento do caudal dos cursos de água, com elevação e extravase o leito normal e inundação das áreas circunvizinhas, precipitações anormais, degelos ou rupturas de barragens são causas frequentes.

Prevenção:
- Vigilância e segurança da estrutura de barragens e canais, bem como a monitorização da base dos pilares das pontes.
-Ordenamento do território, em especial a ocupação de leitos de cheia, de modo a diminuir os riscos naturais da actividade dos rios.
















1.2 Zonas Costeiras
As zonas costeiras são caracterizadas pela intensa acção da agua do mar sobre o litoral, resultante do movimento da agua devido ás mares, movimento das ondas e correntes marinhas.
A actividade geológica do mar compreende a erosão, o transporte de sedimentos e a respectiva acumulação. Esta acção da origem a varias formas de relevo de erosões como arribas, e formas de deposição, de que são exemplo as praias.
As arribas, são faixas de litoral escarpado, cuja base esta sujeita a intenso desgaste – abrasão marinha, o que provoca o abatimento do material rochoso da parte superior, que perde sustentação.

















Factores de risco:
- Ocupação antropica de zonas da orla marítima que acarrete a destruição de formações geológicas, como as dunas, que protegem o litoral da acção erosiva do mar e dos ventos.
-Grandes intervenções na faixa litoral, como construção de portos ou marinas, podem provocar alterações das correntes marinhas.
-Construção nas zonas de arriba que aumentam a possibilidade de derrocadas.

Prevenção:
- Planos de ordenamento da orla marítima que permitam uma ocupação destes locais e a demolição das construções que não respeitem esses planos de ordenamento.
-Construções artificiais com vista a regularizar os ritmos de abrasão e deposição do mar, como paredões. Estas construções minimizam o problema num determinado local e agravam noutro.

















1.3 Zonas de vertente
As zonas de vertente caracterizam-se pela inclinação acentuada de encostas, onde se verificam deslizamentos de materiais – movimentos em massa. Esses movimentos são provocados pela gravidade e variam na sua velocidade.























Factores de risco condicionantes:
-declive da vertente
-Força da gravidade
-Variações da temperatura
-Quantidade de agua existente no solo, entre outros.

Factores de risco desencadeantes:
-Precipitação
-Acção humana
-Ocorrência de sismos.
-Tempestades nas zonas costeiras

Prevenção:
-Estudos das características geológicas e germofologicas do local
-Elaboração de cartas de ordenamento de território
-Elaborações de cartas de risco geológico
-Remoção ou contenção dos matérias geológicos que possam constituir perigo.


Por Miguel Coelho

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